27 de abr. de 2019

Sobre coisas as quais eu tento não reagir

Photo by Kate Williams on Unsplash

Percebi nesses "longos" 21 anos de vida que há coisas entre eu e diálogos os quais não vale a pena reagir.
 Por mais que pregue a paz e as boas vibrações, parte de mim ainda tensiona firme e me espreme dentro das brechas que são as possibilidades da confusão (lê-se treta). O que é minha forma pretensiosa de dizer que eu sou encrenqueira no âmago do meu ser.
Volta e meia me encontro em situações onde o melhor de mim é engolido e eu sou tomada pela firme vontade de rodas uns dedos e jogar minhas verdades.
Algumas vezes fiz.
Provavelmente me arrependi da maioria delas.
Por exemplo, me preocupei com a situação de uma conhecida, me exaltei, ofereci meus conselhos sem que os fossem pedidos, ela chorou e eu me arrependi. Esses mesmos conselhos não foram ouvidos, a situação se concretizou, e hoje, pós-arrependimento, escolhi não expressar qualquer reação quando o assunto é abordado. Mesmo tendo plena certeza das minhas certezas, vale a oena repetir meu ponto se ela já os ouviu porém não escutou?!
Alcancei a resposta dessa pergunta ao perceber minha inconveniência, meus comentários exagerados e não convidados. Se meu comentário não é solicitado, talvez aquele não seja seu lugar.
A realidade que tenho aprendido a manter como lema é que se minha opinião não foi pedida e não agregar e/ou ser assimilada pelo outro, minha reação não é necessária.
Eu não vou me frustrar com a dor no outro causada por mim.
O outro não vai se frustrar por não ter em mim o apoio verbal esperado.
Se ligeiramente individualista e bastante antissocial, todavia um mecanismo de auto-controle e de convivência.

14 de jan. de 2019

Saudade

foto por James Jonathan (instagram @trcjames)

Eu não tinha ideia do que era saudade até você. Ninguém nunca realmente experiência verdadeiramente os sentimentos por completo até que eles alcancem a totalidade. E minha totalidade em saudade até esse ponto da minha vida foi passar sete dias longe de você.
Reconheço que deva parecer pouco para estrangeiros de quem eu sou, de quem nós somos, mas... Bem, eu não preciso justificar nada porque nenhuma justificativa seria boa o suficiente para demonstrar a importância da sua existência na minha vida. Todas as coisas maravilhosas que você trouxe pra minha vida, todas as alegrias que me proporcionou, todos os apoios que me deu, tudo o que você representa.  E você teve que ir. Teve que passar esse tempo longe de mim.  E meu coração foi diminuindo gradativamente a cada minuto que eu não estava a seu lado, e a cada noite que eu chegava em casa e você não estava lá.
Hoje é o último dia da distância, hoje é o dia que você deve voltar pra mim e eu choro. Choro de saudade, choro de felicidade, choro em celebração. Até olhar pra suas fotos me fazem querer chorar, porque eu não vejo a hora de ter a melhor parte do meu dia de volta pra mim.

23 de ago. de 2018

O seu ponto de vista

Photo by Mathieu Stern on Unsplash


                Não me surpreenderia saber que você já ouviu alguém dizer ou já leu em algum lugar que cada um enxerga a vida de uma certa forma particular e que isso é que torna comum desentendimentos acontecerem.
                O escrito é sempre muito bonito, a filosofia de compreensão e empatia é realmente inspiradora. Mas, você pratica essa percepção em suas relações sociais? Tem certeza?
                A teoria da residualidade de Roberto Pontes diz que tudo terá um pouco de algo já criado, então podemos supor que existirão situações onde você vai encontrar pessoas que vêm certos pontos da vida da mesma maneira que você vê. Porém precisamos reconhecer que teorias são criadas graças à pluralidade de pensamos e concepções humanas. Somos construídos para sermos pessoas diferentes umas das outras e isso é o que torna tudo tão interessante. Então que tal tentar reconhecer que certas coisas funcionarão e acontecerão em tempos e formas diferentes para as pessoas além de você?!
                Comece por reconhecer que você é, em si, plural e instável. Reconheça que dentro de você mesmo já existiram e existirão milhões de eus diferentes entre si, para então passar a reconhecer que o mesmo acontece com os outros bilhões de humanos. Retendo esse conhecimento, receba o ponto de vista do outro em relação a n coisas da vida, até discuta se tiver qualquer duvida ou se achar que algo seu pode ser um acréscimo produtivo no próximo; mas reconheça o limite entre o debate e a teimosia.
                Por vezes haverão circunstância onde talvez você ultrapasse o limite do aceitar a existência do outro e passe a querer impor a sua maneira de existência à ele. Todavia acredito que é valido reconhecer nossos limites e  que aprendamos a reconhecer os limites alheios, que é válido um pedido de desculpas quando ultrapassarmos esse limite, e que é válido aprender que somos todos muitos em nós mesmos, somos todos plurais e fantasticamente instáveis. Que meu modo de ver a vida é completamente diferente do de meus amores e que ta tudo bem. Só não está tudo bem quando você deixa de querer conhecer e compreender e passa a impor e a diminuir a existência do outro.
                Repense suas atitudes, reconheça seus erros.
                O mundo seria bem melhor se não fossemos tão intolerantes ao diferente.

21 de ago. de 2018

Depressão

fonte: unslash acesso em 21/08/2018 às 10:01

    Minha primeira memória de querer morrer foi entre a idade de treze e catorze anos. Eu estava trancada no banheiro, com uma lâmina numa mão e um paninho na outra, pressionando os cortes para fazer o sangramento parar, porque eu tinha me acovardado.
     Pra chegar a esse ponto, com certeza essa não foi a primeira vez que pensamentos suicidas me abraçaram.
     Para mim, viver com depressão é uma batalha diária para derrubar os pensamentos de eu-desisto. É acordar todo dia e lutar pra continuar acordada ao invés de voltar a dormir de novo e de novo. E lutar novamente para levantar e fazer alguma coisa. Lutar pra comer, pra tomar banho, para cumprir com minhas obrigações e com minhas responsabilidades.
     Eu raramente tenho a coragem de sair de casa, e meu humor está constantemente mudando - isso me torna uma péssima anfitriã. Agora, me diga, quem é a pessoa sagrada que não desistiria  de um amigo que fura nos planos, que não vai às festas, que não te faz visitas e que provavelmente não vá ser muito agradável de visitar (vide mudanças de humor)?!
     E eu me culpo por ser ausente, eu me culpo por ser quebrada,  eu me culpo por não ser capaz de vencer minha doença.
     Eu sofro pra seguir com a minha vida e eu sofro com a dor que isso me causa.

21 de abr. de 2017

Eu sou amor


Eu sou o amor em sua forma mais pura. Eu sou o amor apaixonado, sem limites ou freio. Eu sou intensidade. Eu sou o nervosismo no peito, a adrenalina na veia quando os lábios se aproximam, quando as respirações se misturam, quando os corações entram em sintonia. Eu sou andar de mãos dadas após o primeiro encontro, eu sou ir conhecer a família no dia seguinte, eu sou dizer que ama espontaneamente depois de uma piada sem graça. Eu sou querer conversar sobre tudo, eu sou se satisfazer com o silêncio do nada. Eu sou ficar abraçadinho, trocando carinho, chamando por inhos. Mas eu também sou discussão, eu sou o choro de exaustão, eu sou a desilusão. Eu sou joelhos no chão, lágrimas na mão. Eu sou o dizer que odeia logo depois da briga, eu sou a raiva contida, eu sou a desolação. Eu sou o sentar no chão, pensar em quem se ama e sentir saudade. Sou engolir o orgulho e pedir perdão. Eu sou o desculpar cheio de soluços e o beijo de reconciliação. Eu sou o sentimento renovado e fortificado, eu sou o arco-íris depois da tempestade. Eu sou ciclo sem fim, eu sou o bom e o ruim. Mas ainda assim sou amor. Seja hoje ou amanhã. Seja por um dia ou por um ano. E quem se importa? Amor é válido e eu sou amor em sua forma mais pura.

27 de mai. de 2015

Resenha: As Belas e Estranhas Mágoas de Ava Lavender

As Estranhas e Belas Mágoas de Ava Lavender
Por Leslye Walton
Editora Novo Conceito

Não encontro palavras para expressar a beleza que tem o mundo envolta de Ava Lavender.
Pelas cores da capa, achei que conseguiria imagina-lo em mundo colorido de peculiaridades teatrais, infantis, vibrantes. Se passaram poucas páginas até que eu notasse o quão cinza e mórbida Seattle se mostrava em minha mente. Enlaçada nos braços de Desventuras em Série.
Ava Lavender, a narradora da estória, conta todas as aventuras e experiências que sua árvore genealógica passou por até chegar aos belos e estranhos acontecimentos de sua vida.
Nascida com asas de pássaro saindo pelos ombros e com seu irmão gêmeo, Henry, sem dizer uma palavra sequer boa parte de sua infância; Ava já cresce sabendo que, de fato, sua família está longe da normalidade.
Diante disso a estória começa, onde ela volta a Beaugard Roux e Maman, seus bisavós.
Ava aprenderá que o amor é um mal que assombra sua família, uma maldição hereditária. E aprenderá da pior forma.
Eu, particularmente, achei a narrativa maravilhosa. É fácil se apegar aos demais personagens além de Ava, e é bastante fácil de se divertir acompanhando a vida daqueles malucos – mesmo com o toque de morte e tristeza. A diagramação então?! Ugh! Que deleite aos olhos. Me peguei folheando os capítulos para ver a pena se mover.

“É verdade que olhei para ela talvez por mais tempo do que deveria, mas, no dia em que cheguei e vi de relance pela primeira vez aquelas asas e aquele belo rosto angelical, pensei que estivesse ficando louco!”.

20 de mai. de 2015

Resenha: Os sofrimentos do Jovem Werther

Os sofrimentos do Jovem Werther
Por J. W. Goeth
Abril coleções

Antes de tudo, devo deixar a claro que não consigo falar dessa maravilha sem dar spoilers. E aqui se encaixa a discussão de até onde vai o spoiler. É um clássico, e acredito que muitos ouviram o fim desse livro antes. Mas, para evitar confusões, deixo claro aqui um aviso de spoiler.
É impressionante como alguém pode sentir, com tanta intensidade, algo que outros tratam com tamanha frieza. Werther sente tudo com uma intensidade descomunal e me arrancou lágrimas até quando observava pequenas coisas da vida as quais a maioria de nós deixa passar despercebido.
“Olho para dentro de mim mesmo e vejo um mundo; porém um mundo muito mais de pressentimentos e vagos desejos do que de realidade e forças vivas.”