fonte: unslash acesso em 21/08/2018 às 10:01
Minha primeira memória de querer morrer foi entre a idade de treze e catorze anos. Eu estava trancada no banheiro, com uma lâmina numa mão e um paninho na outra, pressionando os cortes para fazer o sangramento parar, porque eu tinha me acovardado.
Pra chegar a esse ponto, com certeza essa não foi a primeira vez que pensamentos suicidas me abraçaram.
Para mim, viver com depressão é uma batalha diária para derrubar os pensamentos de eu-desisto. É acordar todo dia e lutar pra continuar acordada ao invés de voltar a dormir de novo e de novo. E lutar novamente para levantar e fazer alguma coisa. Lutar pra comer, pra tomar banho, para cumprir com minhas obrigações e com minhas responsabilidades.
Eu raramente tenho a coragem de sair de casa, e meu humor está constantemente mudando - isso me torna uma péssima anfitriã. Agora, me diga, quem é a pessoa sagrada que não desistiria de um amigo que fura nos planos, que não vai às festas, que não te faz visitas e que provavelmente não vá ser muito agradável de visitar (vide mudanças de humor)?!
E eu me culpo por ser ausente, eu me culpo por ser quebrada, eu me culpo por não ser capaz de vencer minha doença.
Eu sofro pra seguir com a minha vida e eu sofro com a dor que isso me causa.
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